Provado por Deus?

Provado Por Deus? 

Penso fora da gaiola, e creio que Deus me dá liberdade para tal ato, amo-O acima de tudo, e isto me permite questionar àquilo que disseram sobre Ele, pois d’Ele pouco sei, a não ser o que me disseram.
Me disseram que Deus prova os corações, me disseram também que Deus me conhece perfeitamente.
Se Deus me conhece perfeitamente, porque precisa me provar? Por que precisa me aprovar? Se me reprova, não sou criação d’Ele? Ou se por acaso sou aprovado, que mérito tenho, se foi Ele mesmo quem me criou com esses atributos? Deus prova a Ele mesmo? Ou aprova as suas próprias obras?
Não me reputem como herege, mas não tenho conhecimento suficiente para expor tais pontos em exegeses bíblicas, que hoje me daria sugestões em diversos caminhos nesse pensamento. Parto de princípios, princípios pré-concebidos meus, que podem estar errados ou não. Em todo tempo caminho na busca da fonte de onde virá as minhas certezas.
Não posso admitir que Deus falha, certamente a culpa cabe ao homem, não de ser reprovado ou aprovado, esse mérito é todo de Deus e certamente contribui para algum propósito. Entretanto não questiono aqui a aceitação ou condenação, apenas penso na provação, na sua importância e nas suas conseqüências.
Certamente Deus já sabe tudo que há de se saber sobre mim, porém eu não tenho auto-conhecimento, não compreendo a força do agir de Deus em mim, não conheço os meus limites, não conheço o tamanho da minha fé. Seria contra-senso pensar que Deus me pondo em prova me mostra quem eu sou? E que conhecendo quem eu sou e quem Deus é em mim, passo pela prova e desse ponto sou fortalecido, ou me sobrevém algum aprendizado, o que de fato observo é que minha provação não pode mudar nada em Deus, não pode fazer mudar as suas opiniões, não pode o seu pensamento sobre mim.
Sendo Deus imutável, como de fato creio que Ele é, inconcebível seria pensar, que sendo eu provado, seria de algum modo por Ele recompensado, as provas não podem determinar a vontade de Deus para o meu futuro, ponho em questão a nossa mania de recompensa. Quando passo pela prova, e se Cristo me aprova, Ele me aceita como servo e me dá privilégios por aquilo que eu sou, ou por aquilo que eu conquistei, e daí perco o caminho da graça, por que tenho direitos por meus méritos.
Na verdade nessas “provas” da vida, os avaliadores somos nós mesmos, porque no fim delas tudo que sabemos é aquilo que aprendemos, e se realmente continuamos crendo apesar dos resultados obtidos, assim surge a fé, independente de qualquer coisa que eu possa conquistar....

Gustavo C. Martins

3 comentários:

Mila M 30 de novembro de 2010 às 05:40  

Penso que questionar o que é tido como sagrado é realmente uma atitude de fé, mas infelizmente a fé que praticamos nos ensina que a racionalização dela não nos leva a tê-la. Compreende como a coragem dos que tentam entender os milagres, se parece tanto com a covardia? Questionar o que lhe apresentou o amor de Cristo? Entender? É importante! Acredito que é isso o que precisamos pro cotidiano... Vivermos o cristianismo pelo amor, e não pela culpa... Se o que nos pedem é anseio e busca pelo conhecimento da palavra, da santidade... Se os caminhos do entendimento nos levam pra heresia... o agir racional do amor não é mais ato de fé, as "provas" da vida não seriam mais conquistas e sim derrotas, ditas em Eclesiastes pura ilusão. Entende onde essa racionalização pode levar.. onde ela pode não levar?

Gustavo C Martins 30 de novembro de 2010 às 08:46  

Tenho de fato tentado descobrir algo sobre Deus, mas meus imensos esforços apenas me permitem afirmar quem ele não é.... e me satisfaço com isso, pois me impede de ver ilusões e pensar que elas sejam meu Deus, prefiro continuar com a fé na face oculto do Deus que ama...

Anônimo 18 de dezembro de 2010 às 05:04  

Gustavo, seus textos são muito bons, meu jovem. Continue postando, abençoando nossas vidas. Parabéns pela capacidade de expor através do papel alguns de nossas pensamentos, algumas de nossas angústias. Sou seu fã Gustafá.

abraço, Piter Malagutti

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