Lições do Natal

Lições do Natal

Vejo nas Escrituras ironia contra nossa arrogância

A face de Deus revelada num sorriso de criança

a gloriosa luz do onipotente

transvestida no ser mais dependente.

Ninguém imaginaria onde o onipresente estaria

Daí nos surpreende e aparece de modo natural naquela estrebaria

E com ele ainda pequeno, aprendemos uma lição

Antes de pedir entregar presentes em sua mão.

Quem diria que uma vida tão inspiradora

De um rei que faz de trono uma manjedoura

Fosse guardada nesta simples moldura

Como prenúncio de uma vida dura.

Ah sim, o natal nos revela essa espiritualidade

do Deus que transforma o mundo, vivendo como a humanidade

e nesse humilde ato impactante

nos mostrar o quando a vida é importante.

Ainda Assim... Há Vida em Mim

                             Ainda Assim... Há Vida em Mim

                    Não se desespera quando não sai como se espera

                    Não se engana mesmo quando a voz é branda

                    Não se entristece quando o amor não acontece

                    Não se ilude mesmo quando um nobre ajude

                    Não se desfaz quando tudo não lhe apraz

                    Não se ensoberbece mesmo quando alguém te enaltece

                    Não se inflama quando o mundo reclama

                    Não se altera mesmo quando a raiva impera...        

                                                                          Ainda assim,

                          Se alegra mesmo quando o mundo não celebra

                          Se esforça quando é grande a obra

                          Se compadece mesmo quando a maioria esquece

                          Se importa quando a igreja é morta

                          Se doa mesmo quando a lembrança não é boa

                          Se desculpa quando a idéia muda

                          Se expressa mesmo quando a humanidade se fecha

                          Se encanta quando esse mundo é de criança...

Sono Profundo...

Sono profundo...

Os templos dormem vazios e de portas trancadas

Enquanto as ruas estão cheias no frio das noites acordadas

Escondidas as chaves que acendem a esperança

Guardam no coração o sonho da criança

Criança que repousa aos olhos do mundo

Longe do guardião em sono profundo

Vencedores, sobreviventes à platéia que aplaude os zeladores

pobres meninos, presos fora da casa dos amores

A chave conserva a segurança e conforto

Falam de vida, mas o coração está morto

Alias, dorme um morto no palácio da “vida”

Mas, não repousa na casa a criança ferida

Deixai vir a mim, diz o dono de tudo

Desobedece sem medo o mordomo em orgulho

Chora o Senhor dos senhores...

Tropeçam filhinhos de dores em dores

Caminha os “servos” pra longe do Pai

Dormindo em si, na vida que vai

Chora o Senhor do senhores...

Gustavo C. Martins

Não Temas...

Texto escrito para uma pessoa muito especial. Que os seus medos se percam nessa longa caminhada..

Tenho Medo

Tenho medo,

Medo que os sonhos morram,

Que as transformações ocorram.

Medo de perder fé,

De não conseguir ficar em pé.

Medo de que as palavras passem,

E das vontades que nascem.

 

Choro por algo que não vi,

Pelas coisas que ainda não vivi,

Pelas forças que não terei,

Obras que não realizarei.

 

Vejo Deus bem perto,

Mesmo que estando quieto.

Tenho medo,

Medo que Ele saia dos meus sonhos,

Que os dias se tornem enfadonhos,

Medo de que nessa tormenta,

As coisas que meu coração inventa,

me leve para fora dos Seus desejos,

e me satisfaça apenas com beijos,

da união que enfraquece as mãos,

de deixar de amar meu irmãos.

 

Entretanto,

Deus tem força em mim,

Continuo mesmo assim.

Caminho sem usar os pés,

Escrevo histórias em papéis,

Reescrevo meu futuro,

Escavado em solo duro.

 

Choro lágrimas de alegrias

Vivo Cristo em meus dias

Amo mais a cada instante

Sei que Ele vai adiante.

Aviãozinho de Papel

Dobrei, virei

Dobrei de novo

Dobrei e desdobrei

Me lancei...

Senti a brisa

Os raios do sol

Havia tanta luz...

Suspirei

Voei próximo as andorinhas

Não pude alcançar as nuvens

Mas sorri ao passar sobre o rio

Me alegrei...

Queria ir mais alto

Tocar o céu

Ver o sorriso de Deus

Esperarei

Vi as flores, suas formas e cores

Não havia mais temores

Com paz na alma, aterrissei

Me renovei...

Sonhei, cantei

Sonhei de novo

Sonhei e cantarei

Daniel Bastos

http://danieljayme.blogspot.com/