Presidios
Estou sozinho
Fecho a porta dos meus sonhos
Meus pés se atrapalham em escombros
Alcanço os trincos da janela
Os vidros estão em estilhaços
Mesmo assim abro pra sentir teus braços
Tocam-me no sussurrar do vento
É noite fria
E a vida dorme livre lá fora
Como fiquei preso nesta casa?
Como Te engaiolei, e cortei Tuas asas?
Existem vários sozinhos aqui comigo
Ensinaram-me a Te esperar aqui dentro
Enquanto isso Você vive lá fora
Você me disse como Te encontrar
Meus pais me doutrinaram a sentar e esperar
Não existem pobres, doentes, órfãos e viúvas.
Você dorme lá fora.
O frio aqui estremece a alma
Lá fora ele estremece o corpo
Quem te prendeu do lado de fora?
Roubou as chaves das portas trancadas e levou embora.
Acho que tenho cópias
Mas tenho medo, afinal também é frio lá fora.
Fico aqui confiando na religião,
Ela é minha igreja, meu templo,
Ela é meu conforto, talvez minha condenação...
Gustavo C. Martins
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