Sobre nossos ombros a responsabilidade


“Mas aos coatitas Moisés não deu nada, pois eles deveriam carregar nos ombros os objetos sagrados pelos quais eram responsáveis.” Nm 7.9

Gostaria de passear contigo sobre as ruas abrigadas por desabrigados, caminhando por entre os carros, pois não há espaços nas calçadas onde dormem nossos irmãos. Gostaria que você pudesse ver comigo a miséria e a pobreza que se “avizinha” dos nossos templos e casas. Não, essa não é mais uma mensagem apelativa sobre algum projeto social, mas sim uma mensagem sobre um projeto chamado cristianismo que parece termos esquecido trancafiado em algum baú de memórias.

David Bosch em seu livro “Missão Transformadora” explica de como o cristianismo deixou de ser um movimento e se tornou uma instituição, é verdade que o cristianismo não sobreviveria caso não se institucionalizasse, entretanto o grande golpe foi o mesmo deixar de ser um movimento, como o de Cristo, na busca de um evangelho social, que se preocupava com a libertação completa do povo ao seu redor, como no exemplo dos primeiros cristãos que “viviam” a igualdade social.

“Grandes poderes trazem grandes responsabilidades” já dizia a frase de autoria desconhecida, mas que foi imortalizada por Stan Lee, autor da história Homem-Aranha. Se somos, como a Bíblia descreve, sal da terra e luz do mundo, recai sobre nós grandes responsabilidades, as quais teimamos em menosprezar e escolhemos esquecer das responsabilidades e lembrar apenas das nossas necessidades, é assim que dia após dias nos tornamos tão desumanos.

Com diz o texto citado acima, Deus coloca sobre os nossos ombros aquilo que há de mais sagrado, se em outro tempo a arca representava a habitação de Deus, neste tempo é certo que o homem é a habitação de Deus, afinal o próprio Cristo não nos indica que o encontraríamos na face do necessitado. Deixemos, portanto o conforto dois bois dados por Moisés aos levitas responsáveis por carregar aquilo que era de menos valor, e prossigamos trazendo sobre nossos ombros a responsabilidade de retirar os aflitos jogados ao longo do caminho, e leva-los conosco ao longo da nossa caminhada. Dai você pode escolher, pois no final o que vale é o resultado. Podemos fazer isso como instituição igreja, ou como movimento cristão.



Gustavo C. Martins 

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