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Lágrimas Desiguais



São lágrimas desiguais, dessas que dão nó, lágrimas de chuva que caem e provocam enchente de dor. Enquanto o povo sofre solitário, os poucos solidários estão desprovidos daquilo que o rio levou. Há no fim do Rio noticias de um povo que celebra feliz, sob um teto guardado, e um assento sagrado sem lágrimas de amor...

São lágrimas desiguais, só caem no começo do rio e não escorrem pelos olhos do Rio que dorme em paz. Lágrimas repetidas por tantas vezes que já nem comovem mais. Lágrimas esquecidas, não ouvidas porque doem demais...

Gustavo C. Martins


obs.: Sobre as enchentes na Região Serrana

Com Calos me Calo...


Com Calos me Calo...


Eu me calo,
Com calos
Falo,
Evangelho sem atalhos
Pra vidas em retalhos,
Levadas na água
Agora lavadas
Em água da vida.
Boas novas
Escritas,
Em suor e tintas,
Vai nascendo vida
em videira,
Vieira.
Longe do templo
“perdendo” meu tempo
Sou só um servente
Aprendiz de carpinteiro
Ex-engenheiro.
Com calos
Eu falo
Pros “santos” me calo...




Gustaco C. Martins

Somente Ele...



Somente Ele


Acalma minh ‘alma,
Tuas mãos minha cama
Descanso me traz
 
Ameniza minha dor
Tuas lágrimas meu bálsamo
Amor, paz
 
Endireita meus pés
Teus passos sofridos
O caminho se faz
 
Desencobre minha visão
Teus olhos minha luz
Sentido me traz
 
Fortifica meus braços
Tuas mãos pregadas
Sustentam a paz
 
Purifica meu sangue
Tuas veias se abrem
O caminho se faz



Gustavo C. Martins 

Apreciação




Dia desses tive um surto e acordei às seis para praticar algum exercício físico, enquanto corria com alguns amigos dando voltas em edifícios centenários, avistei num dos galhos de uma velha árvore um tucano, em todas as incríveis quinze voltas naquele minúsculo percurso maravilhava-me com a beleza do pássaro. 

Num outro dia enquanto descia a colina em direção ao trabalho, surpreendeu-me ver dessa vez meia-dúzia de macacos brincando de viver, saltando de galho em galho. Neste mesmo caminho após deixar as cercanias do seminário, deparei-me com a descontrução da habitação humana, o que chamamos de edifício, a sujeira escorrendo pelos beirais das janelas, as rachaduras revelando a incapacidade humana de manifestar a perfeição no ato de criar, os carros barulhentos exalando fumaça cinza com a lataria enferrujada de tanto competir com a natureza, vi mais, vi outdoors para todo lado impedindo minha mente de sequer refletir sobre a beleza.

Dai, ouvi em algum momento fora do tempo, uma frase de um sujeito de nome estranho, “o mundo não padecerá pela falta de maravilhas, mas pela falta de admiração”, percebi então que por vezes, vale a pena parar a corrida, que para ser bem sincero não me serviu de nada, para admirar o silêncio e a calma do tucano, ou para se alegrar com as gargalhadas dos macacos brincando de jogar caroços de jaca do alto da jaqueira. 

Quem sabe assim agente consiga entender que palavra de Deus é aquela palavra que cria a perfeição em meio ao caos, ou quem saiba aprendamos que a beleza de Deus ainda existe nos lugares aonde ainda não chegaram as mãos humanas. E prova disso, é que se quisermos neste momento apreciar as maravilhas da criação, podemos deixar a frieza de nossas habitações imperfeitas e contemplar o céu, que apesar das neblinas sujas que nós criamos e que o cobrem, ainda é possível, ver que a palavra de Deus se renova a cada dia, trazendo misericórdia e uma nova oportunidade de apreciar a vida...

Poesia Cavalga desejo de amar...


Poesia Cavalga desejo de amar...

Poesia calada no celeiro da alma
Cavalga nos campos da imaginação
Sem sela, sem cela, sem selar,

Cavalga no oceano vermelho onde corre vida
Faz caminho de saudade
Pula as cercas da felicidade,
Cavalga por campos livres
Sem sela, sem cela, sem selar,

Descansa sem medo sob a sombra da luz
Assombra domadores de sonhos,
Cavalga tranqüila seguindo curso de rio
Deságua na alma
Mata fome, sede, frio,

Poesia calada no celeiro da alma
Encontra em palavras poder de libertar
Cavalga nas letras pedaço de amar..



Gustavo Claudiano Martins

Risos (Por Poliana Claudiano Calazans)



Risos

Amanhece lá fora
Nas alturas o azul intenso e celestial
Salpicado de nuvens brancas de algodão
São um convite às asas da imaginação

Na terra, orvalhada e iluminadamente boa
O verde brilhante e o desabrochar
De pequeninos botões
Contam segredos de renovação

Pelas frestas da janela
Raios sorridentes de um Sol preguiçoso
Acalentam um coração ainda enregelado
Fazendo-o meio sem querer
Despir-se mansamente das suas muralhas antigas

Gota a gota abrem-se as janelas
Para que entre em todo seu esplendor
O nascente Sol do dia
E com ele as imensidões celestes
A inspiração, a música e a poesia

Entoado num início de risada tímida, mas incontida
O Alvorecer majestosamente se explode
Em magníficas gargalhadas
Gerundianamente rejuvenescendo
Caprichosamente criando
Espetacularmente vivendo!

Findou-se o inverno e com ele passou
Da lembrança o lamentar
Da chuva e sua sempiterna melancolia
É dia! É dia! É dia!
Cantam todos pueris
E vão-se portas e janelas
Vão-se as paredes
E tudo gira em ciranda colorida
Brincadeira de roda
De criança alegre e destemida
É dia! É dia! É dia!
Valsando e bailando sobre pés alados
Transbordantes de cristalinos
Sentimentos primaveris
Porque não há dentro ou fora
É dia perfeito agora!



Poliana Claudiano Calazans

Simplicidade



Simplicidade

Quero dormir mesmo sem sono,
sonhar que meus sonhos se realizavam;
Quero sorver meus desejos de criança,
de vender picolés e chupar os que sobravam.

Quero nadar no oceano da minha inocência,
brincar de bater carrinhos sem que ninguém se debulhe;
Quero caminhar no horizonte sem destino,
imaginando que no fim o inverso se anule.

Quero sorrir com sotaque de gente pequena,
na gargalhada sem compromisso acordar a minha felicidade;
Quero envelhecer na beira da lagoa,
bem longe do cheiro da cidade.

Quero viver fora dos padrões,
desfazer meus preconceitos;
Quero entender que Deus me ama,
apesar dos meus defeitos.

Aquele que parte...


Aquele que parte...
 
Quem parte descobre ser amado
Leva consigo sorrisos e lágrimas
Traz a saudade onipresente
Viva na mente de quem vai
Intensa no coração de quem vê partir

Quem parte, parte a linearidade do tempo
Inventa sentimentos ardentes
E na estrada da separação
Encontra com o desencontro
Que entristece outro coração

Quem parte, leva consigo esperança
Descobre pela saudade a quem ama
Desejando tocá-la ao menos com os olhos
Certo de que as incertezas partirão
Quando repartir a alegria do encontro.

Quem parte, prepara um novo momento
gera na platéia da vida expectativa
ensaia a orquestra de sons divinais
torna valorosa a união
faz desse simples ato uma grande celebração

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Um eterno estudante, eterno amante, do nada e de tudo, por todos e ninguém, sou você com outra roupagem, ou o oposto da sua identidade. @MartinsGust (Twitter)